sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Video-Entrevista com advogado Barbosa.


 Links para o video da Entrevista:

Parte 1:
https://www.youtube.com/watch?v=wcbVCNX74pc&feature=plcp
Parte 2:
https://www.youtube.com/watch?v=fMaHMRJDh3U&feature=plcp
Parte 3:
https://www.youtube.com/watch?v=hqGOLTKGOKo&feature=plcp



 Pedaço transcrito da entrevista:

Blog: De qual lugar o senhor é no nordeste?
Barbosa: Vim da cidade de Rancharia no interior de Pernambuco da regiao de Luis Gonzaga.

Blog: Como foi a recepcao dos paulistas com sua chegada?
Barbosa: Leva as descriminacoes na esportiva. Por exemplo se alguem me chamava de bahiano dizia voce nao sabe nada de geografia sou do Pernanbuco. Assim a pessoa nao fazia piada comigo pq respondia com conhecimento e nao me ofendia.

Blog: Oque senhor acha das punicoes contra a xenofobia?
Barbosa: Acho um exagero. Nao acho que punindo vai combate esse tipo de preconceito e sim as escolas e as familias educarem para que todos sejam iguais.

Blog: O senhor acha que midia influencio esse preconceito contra o nordeste?
Barbosa: Acho que nao. Acho que midia retrata oque esta acontecendo. Ela nao cria e sim noticia.

Blog: Dr Barbosa qual o conselho que o senhor com advogado e como nordestino deixa a quem sofre preconceito?
Barbosa: Cada um reage da forma que acha melhor. Tentar leva na esportiva é como eu reagi mas precisa ter alto estima. Se for possivel leva na esportiva...

Blog: ... mas se for mais para agressao?
Barbosa: O codigo penal te protege abri um boletim de ocorrencia.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Artigo de opinião





      No mundo de hoje, é impossível fugir da rotulação imposta pela sociedade, a necessidade de inferiorizar um companheiro pelo sentimento de superioridade é infelizmente algo que vivemos em nosso dia-a-dia. Com os nordestinos não se é diferente. Diversas famílias nordestinas sofrem dos mais diversos tipos de preconceito, por motivos nada dignos. Muitas vezes estas mesmas famílias veem a capital com a intenção de arranjar um trabalho e ter uma vida digna e honesta, porem a triste realidade se mostra diferente, diversos nordestinos sofrem ao tentar arranjar emprego na maior capital do pais simplesmente por serem o que são.

       O problema continua em meios de mídia, como revistas, jornais e televisão, em fato, o preconceito pode ser visto na política, já houve casos em que políticos indicaram o aumento da criminalidade devido a migração do povo nordestino.

       A palavra chave desta questão é obviamente “Preconceito”, algo que há tempos deveria ter deixado de existir e que mesmo assim está intensamente presente dentro da sociedade. 

        Este preconceito, muitas vezes voltado ao próprio racismo é algo nascido há séculos, desde o tempo dos escravos, e que mesmo com todo este tempo para ser resolvido, continua vivo nas mais diversas sociedades.

         Este problema pode ser resolvido de maneira simples, porem muito difícil na pratica, que seria, fazer com que todos os membros de uma sociedade entendam sua posição como seres humanos e respeitem uns aos outros como tal, atingindo então a tão falada “igualdade”

         A Dificuldade de colocarmos esta ideia de igualdade em pratica é extremamente difícil, devido ao nível de desigualdade encontrado em grande parte do país nos dias de hoje. Seja ela social, política ou financeira, a desigualdade se tornou uma realidade que faz com que certo tipo de pessoa se sinta superior a outro, mesmo não sendo isso um fato.

          Então para se diminuir este problema social, primeiro temos de entender que não haverá solução instantânea, pois, assim como o preconceito se alojou na sociedade aos poucos, a solução também levará seu tempo.

           O segundo passo então seria; modificar e melhorar os planos de ensino voltados para igualdade dentro das escolas e residências. Demonstrando cada vez menos situações de desigualdade social e racial.

            E por ultimo então, tomar conta da própria consciência, pois, para se mudar a mente dos outros se é necessário mudar a própria maneira de pensar, tomando cuidado com as diversas situações em que se pode evitar o preconceito no dia-a-dia, impondo sempre o respeito pelo próximo. E entender que não somo divididos em diversas raças, somos apenas uma, todos nós somos humanos e todos devemos ser respeitados.

Essa intolerância ou doença é muito praticada por pessoas que nasceram no Brasil, mais precisamente em São Paulo e Rio de Janeiro conforme informações dos textos postados anteriormente. Nestas e em outras cidades os nordestinos são tratados como leigos, ingênuos e miseráveis, porém, o que não é considerado é o fato de que todas as regiões possuem lugares feios e escassez de recursos, o que mais surpreende é que São Paulo e Rio de Janeiro possuem feiras especialistas em comidas e artigos do nordeste, no Rio tem a Feira de São Cristóvão e em São Paulo o Centro de Tradições Nordestinas, a maioria dos moradores das cidades citadas admiram a culinária e a cultura da região nordeste, tanto que a audiência das feiras é preenchida com a presença de paulistas e cariocas.
O descaso para com os nordestinos é tão grande que para os preconceituosos não há diferença entre quem nasceu na Bahia, no Ceará, ou em Pernambuco, existem apenas “Baiano e Paraíba”. Não há campanhas contra a xenofobia que busquem conscientizar a população e os que sofrem com o preconceito, possuem pouca informação sobre seus direitos. É muita hipocrisia lutar por igualdade   e discriminar pessoas com sua própria nacionalidade apenas por ter o sotaque diferente, cultura e trejeitos. Nas redes sociais a xenofobia tem sido muito praticada, expressar a opinião não significa humilhar pessoas que não nasceram no mesmo estado que você, não significa que não saibam fazer escolhas, que não devam possuir o direito de voto ou que não mereçam respeito.
A verdade é que faltam melhoras significativas para que o Brasil se torne um país desenvolvido, as pessoas limitam-se a aprender apenas o básico e esquecem de aprender seus direitos e deveres.

Lei nº  7716  de 05 de janeiro de 1989
“Art. 1º - Serão Punidos, na forma desta lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceitos de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”.

sábado, 13 de outubro de 2012

Comparação entre preconceitos

Um anúncio de TV da União Europeia foi retirado do ar e se transformou em "viral" na internet depois de inúmeros protestos de internautas e veículos de mídia, que o acusam de xenofobia, racismo e de estereotipar países como o Brasil, Índia e China, parte dos BRICs, grupo formado ainda por Rússia e África do Sul.

Na propaganda, uma mulher branca vestida como a protagonista do filme "Kill Bill", com um uniforme amarelo e azul (as cores da EU), caminha num galpão quando é ameaçada por lutadores de kung fu, capoeira e de kalaripayattu, arte macial indiana.

Podemos comparar com uma ameaça de nordestinos contra a poderosa região Sudeste e no fim a região se mostrando superior ao espalhar sua cultura e riqueza.

http://www.youtube.com/watch?v=G16ZNUZEbt8


Estudante é condenada por ofensa a nordestinos no Twitter

As redes sociais hoje fazem parte constante na vida de cada pessoa mundo afora. Postagens são visualizadas a todo momento por amigos, parentes, colegas de trabalho e estudo e até mesmo a justiça. Neste caso a ofensa da estudante Mayara Petruso, ao povo nordestino, não houve perdão.

"A Justiça Federal de São Paulo condenou a estudante Mayara Penteado Petruso a 1 ano, 5 meses e 15 dias de prisão pelo crime de racismo.
O crime da estudante foi ofender nordestinos por meio da rede social Twitter. A ofensa foi publicada no dia 31 de outubro de 2010, logo após a vitória eleitoral da petista Dilma Rousseff sobre o tucano José Serra. Os maiores índices de votação de Dilma na ocasião foram registrados na região Nordeste.
"Nordestisto (sic) não é gente. Faça um favor a Sp: mate um nordestino afogado!", escreveu a estudante em sua página. 


A pena contra ela foi convertida em prestação de serviço comunitário e pagamento de multa. A decisão foi tomada pela juíza da 9ª Vara Federal Criminal em São Paulo, Mônica Aparecida Bonavina Camargo.
Em sua defesa, Mayara admitiu a publicação da mensagem e disse que foi motivada pelo resultado das eleições presidenciais.
Ela afirmou que não tinha a intenção de ofender, que não é preconceituosa e que não esperava tamanha repercussão. De acordo com o processo, Mayara disse estar envergonhada e arrependida.
A reportagem procurou o advogado dela na tarde desta terça-feira, mas não foi atendida.
Estudante de direito em uma universidade da capital paulista, Mayara perdeu o emprego em um escritório de advocacia após o episódio. Ela também mudou de cidade e abandonou o curso.
"O que se pode perceber é que a acusada não tinha previsão quanto à repercussão que sua mensagem poderia ter. Todavia, tal fato não exclui o dolo", afirma a juíza na decisão."

Reportagem da Folha de São Paulo
em 19 de maio de 2012
Link original: 

Descaso contra o povo nordestino

No dia 15 de novembro de 2010, o programa humorístico CQC lançou uma matéria onde o protagonista era o povo nordestino. Mais uma vez com piadas contra este povo que construiu as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro com a força de seus braços. Nesta matéria o programa visa verificar se os paulistas concordam em exportá-los de volta para sua terra de origem. Confira abaixo a "ingratidão" do povo paulista e carioca contra esse povo.

http://www.youtube.com/watch?v=arnuzT-2cxU

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Gafe da presidenta Dilma com os nordestinos.

A presidenta comentou a gafe ao falar do filme Vidas secas. A fonte de pesquisa veio do site http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u729415.shtml.


Em novo "escorregão", Dilma diz que retirantes migravam do Nordeste "pro Brasil".

A petista Dilma Rousseff cometeu uma gafe em entrevista gravada que concedeu à sua própria assessoria e que foi ao ar na noite desse domingo. Ao falar do filme "Vidas Secas" (1963), de Nelson Pereira dos Santos, a pré-candidata à Presidência disse que a história retrata "todo o problema da miséria, da pobreza, da saída das pessoas do Nordeste pro Brasil".
PT entrará com ação contra PSDB por uso de verba pública em evento evangélico
DEM apresenta nova representação contra Lula por festa da CUT do Dia do Trabalho
Painel: De olho no voto feminino, Dilma aposta na proximidade com dona Marisa
Pimentel amplia vantagem sobre Patrus em apuração de votos do PT-MG
O vídeo com a entrevista está disponível no site da petista --www.dilmanaweb.com.br e faz parte da estratégia de disseminar o discurso de Dilma pela internet e em rádios do interior do país. Na semana passada, o site começou a veicular áudios de 5 minutos com entrevistas temáticas, para rádios. Ontem, o modelo foi estendido ao vídeo.
Nessa entrevista, ela falou sobre cultura e respondia a perguntas de seu "guru" para a campanha virtual, Marcelo Branco. Ela disse, entre outras coisas, que o governo Lula aumentou de R$ 300 milhões para R$ 2,2 bilhões os investimentos no setor.
Dilma falou sobre "Vidas Secas" quando relatava debates em que participou no Centro de Estudos Cinematográficos, em Belo Horizonte, durante sua mocidade. O filme é baseado no clássico de 1938 do alagoano Graciliano Ramos (1892-1953).
O "escorregão" de Dilma foi apontado pelo leitor da Folha Online Osvaldo Castro. Nos áudios da semana passada, também produzidos por sua assessoria, a pré-candidata se referiu ao presidente da República em 1909 como sendo, "eu acho", Arthur Bernardes. Na verdade, Affonso Penna foi o presidente até junho daquele ano, quando morreu. Nilo Peçanha assumiu e concluiu o mandato, até 1910. Bernardes só viria a ocupar o mesmo posto 12 anos depois, em 1922.
Neste ano, Dilma já havia confundido nomes de pessoas e cidades. Em fevereiro trocou Governador Valadares (MG) por Juiz de Fora (MG) e em abril chamou o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio, de "Paulo César". Seu adversário, José Serra (PSDB), também passou recentemente por situação similar: ao lançar sua pré-candidatura, anunciou que o ex-governador do Pará Simão Jatene era de Rondonia.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Xenofobia é crime.

A lei nº 9.459 de 13 de maio de 1997 regularizou que quem comete xenofobia pode sim responder por esse ato. Fonte da pesquisa www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9459.htm.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Os arts. 1º e 20 da Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, passam a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional."
"Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
Pena: reclusão de um a três anos e multa.
§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo.
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza:
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.
§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar, ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena de desobediência:
I - o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exemplares do material respectivo;
II - a cessação das respectivas transmissões radiofônicas ou televisivas.
§ 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da condenação, após o trânsito em julgado da decisão, a destruição do material apreendido."

Art. 2º O art. 140 do Código Penal fica acrescido do seguinte parágrafo:

"Art. 140. ...................................................................
...................................................................................
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião ou origem:
Pena: reclusão de um a três anos e multa."

Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário, especialmente o art. 1º da Lei nº 8.081, de 21 de setembro de 1990, e a Lei nº 8.882, de 3 de junho de 1994.

Brasília, 13 de maio de 1997; 176º da Independência e 109º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Milton Seligman

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Primeiro nordestino a entra na lista da revista forbes.

 O primeiro nordestino a entra na lista da forbes e 290° mais rico do mundo e o nono do Brasil. Essa pesquisa eu fiz para mostrar que no nordeste como em qualquer estado  não tem so essa imagem que os meios de  comunicação fazem de pobreza.

Banco de Dados/O POVO
O empresário Ivens Dias Branco, presidente do Grupo M. Dias Branco, entrou para o ranking dos homens mais ricos do mundo, publicado pela revista norte-americana Forbes. Ivens ocupa a posição número 290 no mundo e o nono lugar no Brasil, com uma fortuna de US$ 3,8 bilhões. Entre os brasileiros, o mais bem colocado é Eike Batista (US$ 30 bilhões), controlador do grupo EBX. Ele passou da oitava para a sétima posição. O topo da pirâmide segue ocupado pelo mexicano Carlos Slim - no Brasil dono de Claro, Embratel e Net - com US$ 69 bilhões.
O segundo lugar mundial é de Bill Gates, fundador da Microsoft. Ele tem fortuna estimada em US$ 61 bilhões. O pódio mundial é completado pelo investidor Warren Buffett. A lista tem ao todo 36 brasileiros. Meia dúzia a mais na comparação com o ranking anterior. Há 25 anos a lista é elaborada pela revista. Nunca o Brasil emplacou tantos nomes no rol. A soma dos caixas dos brasileiros atinge a marca de US$ 151 bilhões, ou R$ 264 bilhões. O banqueiro Joseph Safra (US$ 13,8 bilhões), em 52º, e os empresários Antonio Ermírio de Moraes (US$ 12,2 bilhões), em 67º, e Jorge Paulo Lemann (US$ 12 bilhões), na 69ª, vêm depois de Eike.
Ivens Dias Branco lidera a lista de estreantes na Forbes. Ele é o primeiro do Nordeste a figurar na galeria dos maiores bilionários. O grupo comandado por ele obteve no ano passado receita líquida de R$ 2,9 bilhões, um crescimento de 19,1% ante 2010, conforme o balanço divulgado na última segunda-feira. O grupo cearense, com sede no Eusébio, é líder nacional de massas e biscoitos. Domina 25,6% em biscoitos e 25,1% no segmento de massas, de acordo com AC Nielsen. No mundo, é o sexto em biscoitos e o quarto em massas.
Os demais cinco são o controlador da Riachuelo, Nevaldo Rocha, do Rio Grande do Norte. Lirio Parisotto, fundador da Videolar e à frente do fundo Geração Futuro, surge com US$ 2,1 bilhões. O diretor da mineira MRV Engenharia, também com negócios no Ceará, Rubens Menin Teixeira de Souza, entrou com US$ 1,8 bilhão. Da Multiplan, José Isaac Peres, é o quinto novato, com US$ 1,5 bilhão. Completa o time de estreantes Antonio José Carneiro, da Energisa, com US$ 1,1 bilhão.

Fonte de pesquisa: www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-primeiro-nordestino-na-lista-da-forbes

O porque do preconceito?




Nesta matéria escrita pelo site Educa (http://www.igeduca.com.br/artigos/convivendo-com-a-diferenca/preconceito-contra-nordestinos.html) no dia 08/01/2011, vemos pontos de referencia de onde o preconceito contra o nordestino é mais forte, e também, como e porque se originou

 PRECONCEITO CONTRA NORDESTINOS

Por que ele ainda é tão forte no sul/sudeste?

"A gente vem jogar na Paraíba e colocam um paraíba para apitar, só podia dar nisso". A declaração do jogador Edmundo em 1997, à época atuando pelo Vasco, após ser expulso por um juiz cearense em um jogo em Natal, evidenciou bem a generalização e o preconceito ainda existentes no país, especialmente no sul/sudeste e contra nordestinos. De lá até hoje, nada mudou.

Políticos recentemente já atribuíram o aumento da violência em São Paulo à migração desenfreada,  enquanto ps "paraíbas" e "baianos" (como são chamados os nordestinos em geral no Rio de Janeiro e em São Paulo) continuam a ser vistos e tratados com discriminação, seja ela explícita ou não, de modo que uma declarações como estas duas podem externar preconceitos que muitas vezes são considerados naturais por quem os profere.

O porquê do preconceito

O preconceito contra os nordestinos tem raízes no racismo, especialmente porque mulatos, negros e descendentes de índios compõem grande parcela da população das regiões norte/nordeste. A comparação com os imigrantes europeus e a maioria branca do sul/sudeste desenha um quadro de gritantes diferenças.




Quantas vezes já ouvimos o Nordeste ser comparado à Índia, ao passo que o Sul/Sudeste teria paralelos com a Bélgica? A partir daí é gerado o monstro chamado "Belíndia", com elites favorecidas e pobreza infinita convivendo juntas. Mesmo nestas comparações, encobrimos com o preconceito áreas nordestinas que poderiam aparecer no país europeu e focos de miséria crescentes nos estados mais ricos do país.
Após a origem no racismo puro e simples, o preconceito se disseminou e curiosamente passou a brotar de outras raízes: os migrantes começaram a ser vistos como a causa principal da pobreza nas metrópoles, quando na verdade contribuíam como mão de obra barata para o desenvolvimento destas regiões.

São Paulo, por exemplo, pode ser considerada cidade mais nordestina do país, tamanho é o contingente de moradores naturais desta região do país. Mesmo assim, o preconceito existe e não é assumido, pelo contrário,  os grandes contrastes sociais presentes especialmente na capital paulista e no Rio de Janeiro são sempre apontados como reflexos da migração em massa e descontrolada, nunca como resultantes da má distribuição de renda ou falta de oportunidades, características comuns ao Brasil há séculos.

O mais curioso (e triste) de toda esta realidade: ao contrário de países envolvidos em conflitos ou guerras civis, o Brasil não tem divisão de etnias ou tribos, sendo o preconceito movido apenas por questões geográficas. Talvez por este motivo os embriões de movimentos separatistas sulistas nunca tenham

 

terça-feira, 18 de setembro de 2012

OAB vai à Justiça contra a praga da xenofobia e do racismo no Twitter









“Matéria encontrada no site da Veja, demonstrando uma das atitudes da OAB(Ordem dos advogados do Brasil),em relação a onde de xenofobia contra nordestinos nascida a partir da posse da presidenta Dilma.”






Do Diário do Nordeste, editado em Fortaleza, hoje:

“No domingo, usuários do microblog começaram a postar mensagens ofensivas ao Nordeste contra a vitória de Dilma

Recife — A seção Pernambuco da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE) entra hoje, na Justiça de São Paulo, com representação criminal contra a onda de ataques aos nordestinos divulgada pelo Twitter após o resultado da eleição.

No domingo à noite, usuários da rede de microblogs começaram a postar mensagens ofensivas ao Nordeste contra a vitória de Dilma Rousseff, relacionando o resultado à boa votação de Dilma na região.

A representação da OAB-PE é contra a estudante de Direito Mayara Petruso, de São Paulo, uma das que teriam iniciado os ataques. Segundo o presidente da OAB-PE, Henrique Mariano, Mayara deve responder por crime de racismo (pena de dois a cinco anos de prisão, mais multa) e incitação pública de prática de crime (cuja pena é detenção de três a seis meses, ou multa), no caso, homicídio.

Entre as mensagens postadas pela universitária, há frases como: “Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!”.

“São mensagens absolutamente preconceituosas. Além disso, é inadmissível que uma estudante de Direito tenha atitudes contrárias à função social da sua profissão. Como alguém com esse comportamento vai se tornar um profissional que precisa defender a Justiça e os direitos humanos?”, diz Mariano.

Em julho deste ano, a seção pernambucana da Ordem já havia prestado queixa à Polícia Federal contra pelo menos dez usuários do Twitter, por mensagens ofensivas aos nordestinos após as enchentes na região.

“Essas redes sociais são meios de comunicação de alcance nacional, e crimes que ocorram nelas são de ordem federal. São ofensas que atingem todos os nordestinos, existe um direito difuso aí sendo desrespeitado”, completa Mariano.

No domingo, usuários do Twitter insatisfeitos com a vitória de Dilma postaram frases como “Tinham que separar o Nordeste e os bolsas vadio do Brasil” e “Construindo câmara de gás no Nordeste matando geral”.

Como reação, outros usuários passaram a gerar mensagens com “#orgulhodesernordestino”, hashtag que ficou entre os primeiros lugares no ranking mundial no Twitter.”




Materia publicada as


03/11/2010

às 17:28

No acervo digital da revista VEJA.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Preconceito contra nordestinos também engloba a mídia


 
“A matéria escrita por Erick  Cerqueira e Mônica França, engloba um dos atos de preconceito concebido pela mídia aos nordestinos, criando um, estereotipo negativo que geralmente pode ser muito visto pela mídia,tomando como base o texto escrito por Marcelo Marthe na revista Veja”

"Não importa se modelo associativo ou padrão pré-estabelecido. “Usado principalmente para definir e limitar pessoas ou grupo de pessoas na sociedade”, o uso do estereótipo é motivado, sobretudo, pelo preconceito e discriminação, como consta seu significado na enciclopédia digital, Wikipédia.
Tomando como base o substantivo em questão, quando o jornalista Marcelo Marthe escreve no texto em que assina (edição 2124, 08/08, revista Veja) que “o telejornalismo estilo `mundo-cão´ é o prato principal do horário do almoço nordestino” e que isso “se explica pelos altos índices de criminalidade da região”, em outros termos e bastando um pouco de discernimento, ele está criando um estigma preconceituoso acerca dos mais de 51 milhões de habitantes dos quase 1.800 municípios existentes nessa região.
Para entender melhor nosso ponto de vista, voltemos um pouco ao texto de Marthe – que contou com a colaboração das reportagens dos jornalistas Leonardo Coutinho, Luciana Cavalcante, Fernanda Guirra, José Edward, Igor Paulin e Bruno Meier. Nas informações, o jornalista se utiliza dos termos generalistas para tentar explicar as hipóteses içadas sobre a quantidade de programas “policialescos” exibidos no Nordeste, em especial, o “expoente da baixaria baiana” Se Liga Bocão – citado como um dos exemplos, dentre as “aberrações” geradas pelas “produções regionais”.

Ranking de homicídios
Seguindo a contramão das “produções nacionais das grandes redes”, Marthe diz que a apreciação do nordestino ao estilo citado, exibido dentro do horário que atinge os maiores índices de Ibope na programação das TVs locais, é tida por “horário nobre” dos sítios e que isso faz parte da “tradição que remonta à era cenozóica da TV”. Ou seja, os velhos hábitos dos truculentos matutos e flagelados do Nordeste… Eis a chancela discriminatória evidente nas entrelinhas.
O jornalista não conseguiu esconder e deixou escapar sua verdadeira intenção ao traduzir que tal relação pitoresca entre o meio difusor e o expectador nordestino não passam de uma combinação entre baixa qualidade nas produções televisivas e as poucas faculdades intelectuais de um povo.
Um interessante flagrante de contradição da escrita pode ser visto quando Marthe se refere ao programa Sem meias palavras, apresentado pelo repórter Givanildo. Em um mesmo parágrafo o autor cita que “o telejornalismo estilo `mundo-cão´ é o prato principal do horário do almoço nordestino. Isso se explica pelos altos índices de criminalidade da região”. Em seguida, diz que “as reportagens sobre um certo bêbado Jeremias e sobre o cachorro que faz sexo com uma garrafa pet transformaram Givanildo Silveira em hit no YouTube”. Será que a Google sabe que o seu produto, o Youtube, é assistido apenas por uma fatia do mercado brasileiro? Os nordestinos? Buemba, buemba como diria Simão. O esdrúxulo, caro Marthe, é sucesso em todo o país e no mundo.
Um levantamento da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla) traz uma informação estarrecedora, talvez para os jornalistas – inclua-se aí o editor – da revista Veja:
“A cidade de Coronel Sapucaia (MS) tem a taxa média de homicídios mais alta do país, com 107,2 mortes para cada 100 mil habitantes. Em números absolutos, a cidade de São Paulo lidera o ranking, com 2.546 homicídios (taxa 23,7), seguida pelo Rio de Janeiro, com 2.273 (37,7).”

Um papel simples e ridículo
É incrível o que revela essa pesquisa, visto que as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Coronel Sapucaia não fazem parte do “mundo-cão” que assola o Nordeste, mas estão com os maiores índices de criminalidade do país. Para piorar a situação do jornalista de Veja, que parece não ver a realidade da pátria em que vive (se é que ele ainda acredita que SP e RJ fazem parte do Brasil), um dos programas mais popularescos da TV, citado por ele próprio na reportagem, foi “exportado” do Nordeste para as capitais sulistas. O Balanço Geral, do sr. Raimundo Varela. O que existe, segundo informações do IBGE, é um aumento substancial do poder de compra das classes menos favorecidas nos últimos anos. Com isso, criar programas que agradem as classes C, D, e E (que são a maioria nacional) é alvo mercadológico que simboliza lucro. Somente a classe C ocupa aproximadamente 44% dos consumidores brasileiros, colocando-os na mira dos especialistas de mercado.
Muitas empresas de bens e serviços já voltaram suas estratégias e campanhas de marketing para as novas classes de poder. E quem não aderiu ao segmento, logo estará criando perspectivas substanciais para atrair quem está inserido na maior parte da população brasileira consumidora. Essa informação, não presente no texto da Veja, acaba por tornar-se um empecilho para credibilidade de tanta verborragia desnecessária.
As falácias deflagradas em preconceito pela grande mídia acerca do Nordeste e dos nordestinos são recorrentes na história da imprensa e a elas somam-se as evidências de um crime prescrito. É assim na política, no futebol e em todas as outras áreas. A título de exemplo, na segunda divisão do ano passado, do campeonato de futebol brasileiro, parecia ter apenas um time disputando o título, o Corinthians paulista. Esse ano, como de praxe, quem centraliza as lentes e narrativas futebolistas é o Vasco da Gama, enviesando muita espinha de bacalhau na garganta de milhares de torcedores.
O estereótipo utilizado por Marthe e equipe limita 51 milhões de habitantes a um simples e ridículo papel de consumidor da miséria humana. A Veja, mais uma vez, parece desconhecer o público com o qual se comunica. E esquece que esse mesmo público consumidor do “mundo-cão” é responsável por 14% das aquisições da sua própria revista, mais de um milhão de exemplares. Veja só, é mais um exemplo de quem vê o Brasil com a cabeça em Marthe."

Matéria escrita por Erick  Cerqueira e Mônica França
Site: http://pecando.wordpress.com/2009/08/25/o-nordeste-na-midia-preconceito-e-estereotipo/